Atenção:
Oportunidade para aprender a arte do samba de roda com uma
grande mestra da cultura popular, Dona Chica do Pandeiro (Quixabeira da
Matinha). Faça logo a sua inscrição, basta enviar e-mail para
accbmafsa@gmail.com informando qual dia possui interesse em participar,
ou ligue para 75 3205-6106 (falar com Queila). As inscrições também
podem ser feitas presencialmente na sede da Associação Cultural
Coleirinho da Bahia que fica localizada em:
Estrada da Quixabeira, 430, Matinha, Feira de Santana-Ba
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
PONTO DE CULTURA DA ACCB PROSSEGUE ATIVIDADES COM OFICINA E AULÕES GRATUITOS SOBRE SAMBA DE RODA
Em continuidade ao projeto
Da a Quixabeira: Samba, Cultura Afro-descendente e Desenvolvimento Sustentável
na Matinha, contemplado pelo governo da Bahia como Ponto de Cultura, através da
Associação Cultural Coleirinho da Bahia – ACCB, estão acontecendo aulas de
samba de roda gratuitas, na sede da associação, localizada no distrito da
Matinha.
A oficina de samba é
ministrada por Apolinária das Virgens, mais conhecida como Dona Chica do pandeiro,
vocalista e pandeirista do grupo Quixabeira da Matinha. Uma das mentoras do
grupo, junto com o mestre Coleirinho, Dona Chica ministra suas aulas todas as
sextas-feiras, a partir de 19h, para um grupo de crianças residentes no povoado
da Matinha dos Pretos, localizada no distrito da Matinha, em Feira de Santana.
Apesar da presença massiva da faixa etária de 05 a 12 anos, as aulas também
estão abertas para demais interessados pertencentes a outros grupos etários.
Além das aulas de samba,
durante os meses de março, abril e maio desse ano a equipe do projeto se
dedicará a apresentações publicas com aulões com instrumentos percurssivos e de
corda, além de passos de dança na modalidade samba de roda em diferentes
localidades do distrito e da cidade. A equipe também analisa a possibilidade de
ampliar a carga horária da oficina de samba para que possa acontecer também aos
sábados, a partir de 10h.
Interessados em participar
da oficina basta enviar e-mail para: accbmafsa@gmail.com
ou ligar para 75 3205-6106. As inscrições também podem ser realizadas
presencialmente, na sede da ACCB, para isso basta procurar Queila.
Acompanhe o projeto Da a
Quixabeira: Samba, Cultura Afro-descendente e Desenvolvimento Sustentável na
Matinha através do site: www.daquixabaaquixabeira.blogspot.com
ASCOM ACCB
75 3205-6106/ 75
98105-4689
ACCB PARTICIPOU DO SEMINÁRIO CULTURA VIVA ORGANIZADO PELA SECULT-BA SEMANA PASSADA
A equipe da Associação Cultural Coleirinho da Bahia (ACCB), responsável pelo projeto Da Quixaba a Quixabeira, representada pelo Representante Legal do ponto, também Presidente da associação, Galdino de Oliveira Souza (Guda) e pela Coordenadora Geral, Aloma Galeanono, esteve presente durante a semana passada, em Salvador, no auditório do Instituto Anísio Teixeira para o Seminário Cultura Viva. O evento contou com mais de 100 representantes de pontos de cultura conveniados com o estado da Bahia. Na ocasião Guda e Aloma aproveitaram para estreitar contatos tanto com a Diretoria de Cidadania Cultural - DCC, da Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult), quanto com integrantes de pontos também relacionados a cultura popular e ao samba de roda.
domingo, 12 de fevereiro de 2017
UM POUQUINHO DA HISTÓRIA DE DONA CHICA DO PANDEIRO
Dona Chica do Pandeiro, com nome de batismo Apolinária das Virgens Oliveira, nasceu
no dia 10 de janeiro 1949, na comunidade da Matinha, distrito de Feira de
Santana como filha de lavradores, sendo a quarta filha de um total de 14
filhos, curiosamente 13 irmãs e um único irmão, o caçula. Chica trabalhou na
roça desde os 10 anos de idade, torrando farinha, capinando mandioca, plantando
feijão, entre outras coisas, para ajudar os pais. Conta sua história com
orgulho e ressalta: “nunca fui empregada em lugar nenhum,
nunca trabalhei pra ninguém, sempre pra mim!”. Apesar do trabalho duro da roça,
nunca se queixou de nada. Mantém seu jeito brincalhão desde o tempo de criança
no interior que, segundo ela “brinca de verdade”:
Brincava de boneca, fazia de espiga de
milho, fazia boneca de manaíba, fazia vestido, brincava, fazia casa de barro,
pegava o bolo de barro, fazia as casas, nas noites de reza também, cantava
roda! Na comunidade mesmo, tinha lavagem de São Roque, na igreja, quando era agosto,
aí, minha avó, fazia lavagem, arrumava um bocado de menina, pegava os lençol de
cama, os lençol de chitão, fazia as prega assim, fazia bainha, metia cordão,
fazia as anágua de goma, aí, foi brincar de lavagem de baiana, na igreja de São
Roque! E cantava de uma comunidade pra outra, sábado, domingo brincava, até a
missa. Brincava de índio, fazia as contas, as contas a gente fazia, cortava os
pedacinho da mamona, fava, aquela semente, pra fazer os colares. Aprendia tudo
assim, brincando, antigamente a professora cantava roda, fazia samba, samba lelé ta doente... e todo mundo
tinha que sambar, aquele aluno que não sambava, levava... fazia sambar a pulso!
Fui pra escola lá na Matinha, e a minha professora tá viva ainda! Fiz até o
segundo ano, quando entrei mesmo pra escola, tinha 12 anos!
A menina cresceu e se casou com Marcos Gonçalves de Souza, o
famoso Coleirinho da Bahia, com o qual teve cinco filhos. O caçula “Guda”,
Galdino Oliveira Souza é quem lidera o grupo Quixabeira da Matinha, do qual Dona Chica tornou-se pandeirista
após a morte de Coleirinho. Guda, atualmente, é também coordenador geral da
Associação dos Sambadores e Sambadeiras do Estado da Bahia. Dona Chica é uma
mulher ativa, alegre. Criou cinco filhos e sempre ajudou seu marido,Coleirinho
no terreiro de Umbanda, no samba de roda e todas as tradições culturais da
Matinha dos Pretos, território reconhecido como comunidade quilombola. Chica
conta que trabalhou em “olaria, fazendo
tijolo também, carregava tijolo, enfornava. Ia pra feira livre, carregando o peso
na cabeça, carregando as coisa para ir vender na Feira, andando que não tinha
carro, voltava da feira, caminhando de novo.” Com todo este trabalho, nunca
deixou de brincar e sambar, porque herdou este dom dos seus antepassados: “entrei
pra sambar com idade de 12 anos, junto com meu pai, que era sambador, cantador
de reis, corria leilão, fazia testamento de judas, cantava reis, fazia samba de
roda também.” Ela conta do ciclo das tradições populares, o reisado, o Santo
Antônio, São Roque até o Caruru de São Cosme que infelizmente está se acabando:“agora
que não tá fazendo mais, que todo mundo é evangélico, mas tem lugar que ainda
faz, mas agora, o povo tá devagar demais...” e destaca que na Matinha o São
João era muito festejado: “quadrilha e forró, faz a quadrilha, brinca no lugar,
em casa faz o encerramento, era outra coisa que Coleiro fazia: Sodade de São João, meio de julho,
naquele terreiro mesmo!”
Atualmente Dona Chica integra a equipe do projeto DA QUIXABA A QUIXABEIRA, como mestre e ministrante da oficina de samba de roda, a qual funciona, todas as sextas-feiras, na sede da Associação Cultural Coleirinho da Bahia, na Matinha, em Feira de Santana.
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